sexta-feira, 20 de março de 2009

Cristo e o Dízimo

1. O dízimo é bíblico, o sábado também. O dízimo é lei, o sábado também.
2. “Cristo é o fim da lei para justiça de todo aquele que crê”. (Rom. 10:4)
3. No velho testamento os dízimos eram ordenados aos filhos de Levi, nenhuma outra tribo, somente os levitas tinham ordem segundo a lei de receber o dízimo do povo. (Num. 18:21)
4. Jesus cumpriu a lei, e não a desobedeceu em nada! Jesus, o Senhor Jesus, não sendo levita segundo a carne, não recebeu o dízimo dos levitas, pois conforme a lei, esse devia ser levado aos sacerdotes levitas que ministravam no templo. (Deut. 12:5-6)
5. Jesus, não vindo para continuar os sacrifícios dos sacerdotes no templo (mas cessá-los), e nem podendo ministrar no santuário como ordena a lei, como poderia receber o dízimo do templo? Os dízimos que deveriam ser levados à casa do tesouro? Se Jesus, fazendo somente o bem, foi crucificado, imagina se Ele quisesse usufruir o direito dos sacerdotes recebendo o dízimo em seu lugar? Substituindo-os no serviço do templo?
6. Sabemos que os judeus acusaram a Jesus de muitas coisas, mas jamais acusaram o Senhor de receber o dízimo deles. Pelo contrário, vemos o Senhor curar alguns e mandá-los mostrar-se aos sacerdotes para testemunho. (Mat. 8:2-4 – Luc. 5:14 – Luc. 17:14)
7. E quem conhece um pouco da Bíblia (digo da Bíblia e não do conceito das religiões sobre ela), eu pergunto: aonde eram levados os dízimos do Velho Testamento? Aonde era a casa do tesouro? A casa do tesouro não era o Templo? E quem, segundo a lei, ministrava no templo? Por exemplo, Zacarias, pai de João Batista, teve a visão do anjo quando ministrava no templo, e por quê? Porque era sacerdote dos filhos de Arão, levita. (Luc.1:5, 8-11)
8. O Senhor por acaso veio expulsar os sacerdotes do templo e substituí-los em seus serviços? Ou veio pregar o reino de Deus, curar os enfermos, limpar os leprosos, expulsar os demônios, ressuscitar os mortos, de graça recebestes, de graça daí, e anunciar aos pobres o evangelho!
9. Então podemos ver que durante Seu ministério, Jesus, que a ninguém escandalizava, pelo contrário, dava a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus, não vindo para substituir os levitas em seu ministério, como tiraria o direito e o dever dos levitas se a lei assim o dizia?
10. Outra coisa que todo mundo desconhece e não atenta, é que, enquanto Jesus pregava o evangelho, como peregrino com os apóstolos, o sumo sacerdote e os sacerdotes continuavam ministrando no templo, e todo o Israel prosseguia levando seus dízimos e ofertas à casa do tesouro. O Senhor, em momento algum do Novo Testamento foi receber o dízimo dos sacerdotes dado pela lei, pois Israel poderia não saber e não crer que Jesus era o Messias, mas sabia perfeitamente que Ele não era um sacerdote levita e não servia ao templo (principalmente que os sacerdotes eram separados e tinham vestimenta própria). Sendo o Senhor apenas homem pobre, era carpinteiro (Mc. 6:3), não tendo letras, humilde, e da casa e família de Davi (tribo de Judá) e ainda com título de Nazareno, cidade desprezada até pelos próprios judeus, conforme diz um dos evangelhos: “Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?”. (Jo. 1:46)
11. E por que os israelitas, e os que ouviam e seguiam a Jesus iam dar o dízimo a Ele, se o Senhor era peregrino, e a lei ordenava que o dízimo devia ser levado aos sacerdotes no templo? (Num.18:21 e 24 – Deut.12:5-6)
12. Ora, onde nos Evangelhos encontra o Senhor ensinando que Israel não devia mais dar o dízimo aos sacerdotes no templo, como mandava a lei, mas levá-lo a Jesus?
13. Se até o Senhor, mantinha-se em respeito à lei, pois Ele nasceu sob a lei, não a ultrapassando, como alguém ousaria alterá-la, isso não somente com relação ao dízimo? (Gal. 4:4)
14. Isto é claramente notório nos evangelhos, quando vemos as mulheres após a crucificação, por temor da lei, prepararam especiarias e, conforme o mandamento, descansaram no sábado. E só foram ao sepulcro no primeiro dia da semana. (Luc. 23:56) Ora, se as mulheres que seguiam a Cristo, temendo a lei descansaram no sábado, guardando-o, como não estariam levando o dízimo ao templo, em obediência à lei, único lugar aonde devia ser levado?
15. Nos evangelhos há varias referencias disto: (Mc.12:41,43 – Luc.21.1). E precisamente o verso mais conhecido no Novo Testamento referente ao dízimo: Mt.23:23 – O Senhor cita o dízimo dizendo: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”. Ora, quando o Senhor repreendeu os escribas e fariseus por dizimarem, mas desprezarem o mais importante da lei, quem pode ser louco de dizer que os escribas e fariseus dizimavam a Jesus e não aos sacerdotes, entre os quais Anás e Caifás?
16. E se Jesus, sendo judeu (não levita), Filho Unigênito de Deus, Senhor de todas as coisas, não recebeu o dízimo, pois a lei o ordenava aos levitas, como podem hoje, os que se dizem “cristãos” (ou seja, seguidor de Cristo), servos de Cristo (o servo não é maior do que o seu Senhor), não são judeus muito menos levitas pregarem, que o dízimo da lei deve ser dado a eles? Pois na lei diz: “Trazei todos os dízimos a casa do tesouro” e diz também: “Aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel”? (Num. 18:21a).
17. Podemos ver que Jesus por não ser levita, em obediência à lei, jamais recebeu o dízimo, e os que pregam e recebem o dízimo jamais estão seguindo a Jesus; certamente eles seguem uma parte da Lei e desobedecem a outra, pois a Lei ordena que se deve dar o dízimo, mas a mesma Lei também diz que só os levitas tem ordem de recebê-lo, nisso sim, estão sendo levitas e não, cristãos. (Heb. 7:5)
18. Quem pode ter a loucura de dizer que Cristo recebeu dízimos, se até os trinta anos vivia em Nazaré e o templo era em Jerusalém e se o acesso do Senhor ao lugar do templo era onde também estava o povo?
19. E quando é que o Senhor tomou o encargo do templo para recebê-los? (At. 4:1) Quando é que o Senhor, que não era reconhecido como Messias, mas manifesto não ser sacerdote levita, recebeu o dízimo, se esse era entregue no templo, por ordem da lei e a tradição dos judeus em dizimar – dado aos filhos de Arão, ou seja, o sumo sacerdote e sacerdotes e levitas? (Lev. 6:14 – II Cron. 31:4-6 - II Cron. 31:14-19)
20. O Senhor não veio ao mundo mudar a (velha) Lei, encaixando-a a Si, obedecendo-a em parte para seu proveito; o Senhor veio cumpri-la. E o cumprimento da lei é Seu Evangelho, Seu Reino, Seu sublime sacerdócio, no qual deu Sua vida por todos nós. (Heb. 7:12)
21. Então hoje, seguindo uma doutrina desde a reforma, as igrejas, que não são judeus e muito menos levitas, não seguem a lei, mas cobram o dízimo, ordenado na lei (sob pena de até maldição cobrando dízimos dos cristãos – dízimo esse, que na verdade está em Números 18, e no Pentateuco: Levítico, Números e Deuteronômio.
22. Não prestam atenção na obra do Senhor aqui na terra, nos evangelhos que, repito, jamais adentrou no santuário para receber o dízimo ou ministrar no templo.
23. Mas, utilizando-se pontos da lei (dízimo) com toda a sua implicação por parte de quem o dá (obrigação, benção e castigo) ignorando completamente a sua implicação por parte dos que o recebem (obrigação, dever, responsabilidade e aplicação – isto segundo a lei). Porque segundo a graça, ele não pode ser aplicado porque ele é da lei, e além de tudo traz maldição para quem não o dá.
24. E como diz a Escritura, porque onde há lei opera a ira. (Rom. 4:15)
25. De maneira que o sacrifício de Cristo fica totalmente inválido, sem eficácia, e em segundo plano, e debaixo de maldição, maldição do dízimo, maldição da lei, porque, ou sigo a lei ou sigo a Cristo: Porque pela lei o ladrão na cruz já estava condenado antes de morrer, pois sendo malfeitor não se sujeitou a lei; e quando morre no madeiro, a lei novamente o torna maldito, porém Cristo lhe diz: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. (Luc. 23:43) Então, não posso me ater aos dois. Ou me atenho à lei e Cristo não me aproveita, ou me atenho a Cristo, Àquele que, por mim veio ao mundo, foi até a morte, e tornou a viver, para me buscar e me salvar.
26. Porque o Senhor pelo Seu sacrifício feito por mim, me dá o perdão; pois morreu no meu lugar.
27. Um exemplo: Muitos cristãos foram pendurados no madeiro. Se eu aplicar isto à lei do Velho Testamento, eles são malditos, porque está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. (Deut. 21:23b)
28. Então se o Senhor até se fez maldito por nós, porque foi pendurado no madeiro, para receber a maldição dirigida a nós, como posso pregar o dízimo e sua maldição?
29. Porque a lei em Malaquias 3:9 diz: “Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais”, (dízimo). E a mesma lei, Êxodo 31:15b diz: “Qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente morrerá”. Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. (Deut. 27:26) Então, a lei não me autoriza a utilizá-la parcialmente, como diz Gálatas 3:10b: “Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. Segundo a lei devo permanecer em todas as coisas escritas no livro da lei ou sou maldito por ela. Repito: a lei não autoriza a segui-la parcialmente. Onde no Velho Testamento se ordena a seguir uma parte da lei?
30. E como vou pregar uma parte da lei e negar a outra? Porque se Cristo findou uma (porque me tirou da lei), por que não findou a outra?
31. E se não posso nem devo pregar a lei, porque Cristo foi quem pagou meu pecado, o qual pecado nem eu nem a lei jamais poderíamos pagá-lo, por que então devo pregar a lei do dízimo como benção e maldição, se está totalmente atrelado à lei?
32. Será que a lei: maldito todo o que for pendurado no madeiro, lei do devorador, e a de roubar a Deus não são da única lei (Velho Testamento) e não findaram em Cristo? Se não findaram, então Cristo não a cumpriu e não é o Senhor, pois morreu no madeiro e a lei diz ser maldito.
33. Ora, a mulher adúltera devia ser apedrejada segundo a lei.
34. Porque não se apóia os dízimos nos escritos dos apóstolos? Certamente porque não tem como apoiar.
35. Então podemos ver claramente que os sacerdotes que ministravam no templo é que continuavam não só recebendo o dízimo, mas seguindo toda a lei e isto até a destruição de Jerusalém no ano 70 da Era Cristã.
36. E se até os sacrifícios feitos no templo pelos judeus cessaram, por que os dízimos que são da lei também não cessaram?
37. Repito, nos evangelhos Cristo jamais recebeu o dízimo, e Ele sendo o Senhor, o total exemplo; se o Senhor da casa não fez, como os domésticos vão fazer? Por que hoje se utiliza o dízimo, apoiado no Velho Testamento e não em Cristo?
38. Porque se assim é, então pregar o sábado, pregar a Jeová, pregar toda a lei ou parte dela, está totalmente certo e justificado. Ou seja, cada qual conforme o seu bem entender e querer e não conforme a Cristo.
39. E quanto a dar e receber, o que dizer dos apóstolos que, no Novo Testamento repartiam o que se recebia segundo a necessidade de cada um e não retinham? (At. 2:44-45 – At. 4:32-35 - II Cor. 9:7) E sobre a coleta de II Coríntios 9 e Romanos 15, coleta essa, não para quem pregava o evangelho senão: “para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”? (Rom. 15:26)
40. Bom, podemos ver que os apóstolos se preocupavam com os irmãos e isso sim se encaixa no evangelho de Cristo: “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre” (II Cor. 9:9, Sal. 112:9) E por que os apóstolos faziam assim?
41. – Porque eles aprenderam diretamente do Senhor e com o Senhor. Como podemos ver na passagem de Zaqueu. (Luc. 19:18 – Mat. 19:21) O Senhor nos amou, o Senhor não acumulou, o Senhor nos ensinou antes dar do que receber (At. 20:35b), e a amar como ele nos amou. Sem hipocrisia, porque o que adianta, se a hipocrisia vigorar sobre o cristianismo em minha vida? Porque se o nosso amor for hipócrita, falso, mentiroso e cheio de interesses (completamente o inverso de I Coríntios 13), podemos até prosseguir a jornada até o fim, até a morte, porém me aguardará a maior decepção que pode existir: (na eternidade, sem volta) a de ouvir do próprio Senhor, a triste, mas verdadeira expressão: “Eis que vos não conheço, apartar-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”. (Mat. 7:23)
42. Sei de uma coisa, o evangelho mostra o Senhor nos amando de verdade, isto é o evangelho de Cristo. E nisto eu devo perseverar e crescer, no amor dos apóstolos, na doutrina deles, na fé deles, no exemplo deles, porque isto é o reino de Deus. E se de outra forma eu me enganar, poderei com êxito enganar ao mundo todo e a mim mesmo, mas como (em noite escura) semeio à terra uma figueira brava, jamais nascerá figueira boa; se não posso sequer enganar a terra que não passa de terra, pois colherei o que verdadeiramente semeei, muito mais ao Criador, porque Dele sim, do Senhor ninguém jamais burla. E nada nos adianta as muitas e plausíveis justificações, pois no porvir tudo há de vir à luz. "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. (Gal. 6:7)
43. Com amor de nosso Senhor Jesus Cristo! Amém

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